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IMAGEM ESCRITA


Ainda sinto o cheiro do fogo...
Ontem, testemunhei o grito da Natureza. A mata onde costumo caminhar e deixar as câmeras traps estava em chamas. Fiz as fotos que eu, como fotógrafo, nunca gostaria de fazer: a mata, praticamente destruída pelo fogo. Acidental? Criminoso? Não sei. O que sei foi o que senti: um nó no peito, dor e revolta. Pensei nos animais, nas árvores e em como somos capazes de fazer o mal a outros seres vivos.


Diálogo com o Tempo
O menino empina a pipa onde, até pouco tempo, existia uma mata. Vieram os homens e sua prosperidade. As máquinas decretaram o fim da mata. Os bichos, quero acreditar, tiveram tempo para fugir. Triste sina que impusemos a eles: viver fugindo, em busca de um lugar para simplesmente viver.


Luz e sombra
Era outono de 2017, destino: Cabo Polônio, Uruguai – um lugar incrível. Na época, era baixa temporada; a comunidade se preparava para o rigoroso inverno do sul do continente. Amo o frio, amo lugares onde o silêncio das vozes se faz presente – silêncio esse quebrado apenas pelo som do vento e do mar.


Entre o real e o sonho
O erro, o clique “errado”, quando a foto perde a nitidez e vira um borrão. A ave transforma-se em uma imagem abstrata, mas ao mesmo tempo continua sendo a ave (ou não?). O objeto fotografado deixa de ser real e vira algo onírico; o observador, por um instante, fica na linha tênue entre o real e o sonho.
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